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G.R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO

Histórico

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Não obstante a pertinácia dos seus dirigentes e os múltiplos talentos que se encontravam na Azul e Branco, na Unidos do Salgueiro e na Depois Eu Digo, a realidade é que nenhuma das três escolas do Morro do Salgueiro conseguia ameaçar a Mangueira, a Portela, o Império Serrano, enfim, nenhuma das chamadas grandes escolas. E isso frustrava muito a população salgueirense. Os sambistas de outros morros e agremiações respeitavam muito o Salgueiro. Os seus batuqueiros, compositores, passistas, eram citados com admiração, mas nos desfiles da Praça Onze não acontecia nada. Os primeiros lugares eram sempre das outras.

O compositor Geraldo Babão, que, como tantos outros, não compreendia o motivo da desunião das escolas do Morro do Salgueiro, daquela divisão de forças, desceu o morro cantando um samba que ele mesmo havia feito um ano antes; após a vergonhosa apresentação das escolas Azul e Branco, Depois Eu Digo e Unidos do Salgueiro no carnaval de 1953. Nesta composição, premonitoriamente já estava até insinuado o nome que deveria ter a escola da união. As baterias das três escolas se juntaram e foram arrastando o povo para a Praça Saens Peña, somando todas as cores e bandeiras. Era o estopim para a fusão. Um belíssimo e inesquecível espetáculo.

As cores vermelho e branco, sugeridas por Francisco Assis Coelho (Gaúcho), foram escolhidas porque não havia nenhuma escola igual. Quanto ao título, consta que Mário José da Silva (Totico) sugeriu “Academia do Salgueiro” e alguém não identificado propôs “Catedráticos do Salgueiro”; aí, o grande compositor Noel Rosa de Oliveira interveio e, argumentando que esse nome iria destroncar a língua do pessoal do morro, arrematou, propondo “Acadêmicos do Salgueiro”.

Para glorificar então ainda mais o samba carioca, nascia, finalmente, em 3 de abril de 1953, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. Entre os seus fundadores estão Paulino de Oliveira, Djalma Sabiá, Noel Rosa de Oliveira, Geraldo Babão, Casemiro Calça Larga, Neca da Baiana e Pedro Ceciliano.

A partir de 1958, com a entrada de Nélson de Andrade para a presidência da escola, o Salgueiro desencadeou uma série de transformações no carnaval do Rio de Janeiro. A agremiação adotou o lema “nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente”, revolucionando a concepção e a organização dos desfiles de escola de samba realizados até então. A equipe de Fernando Pamplona deu início à transformação estética que culminaria anos mais tarde no grande visual dos carnavais modernos. A escola ainda contrapôs aos temas ufanistas e às referências à corte imperial temas voltados para a cultura negra, além de retratar personagens marginais escondidos nas entrelinhas da história do Brasil.

Fazem parte dos inesquecíveis carnavais do Salgueiro, entre muitos outros, os de 1960 (Quilombo dos Palmares), 1963 (Xica da Silva), 1965 (História do Carnaval Carioca - Campeã do IV Centenário do Rio de Janeiro), 1969 (Bahia de Todos os Deuses), 1971 (Festa para um rei negro), 1974 (O Rei da França na Ilha da Assombração), 1989 (Templo Negro em Tempo de Consciência Negra), e o explosivo desfile de 1993 (Peguei um Ita no Norte).

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