barra1.gif (920 bytes)
G.R.E.S. UNIDOS DA TIJUCA

Sinopse 2009

barra1.gif (920 bytes)

 


"TIJUCA 2009: UMA ODISSÉIA SOBRE O ESPAÇO"

 

Viajando com as estrelas

Em 2009, o pavão tijucano alça vôo e alcança as estrelas para a Tijuca mostrar todo o fascínio que o céu provoca na humanidade. Tal sentimento nos acompanha desde os primórdios e, ainda hoje, é motivo de estudos e especulações, o que muito contribui com a imaginação das pessoas.

A fantasia nos apresenta o céu com seus mistérios e mitos. Já a realidade nos mostra o céu explicado à luz da Ciência. Essa dualidade em torno do espaço celeste tem feito com que o homem, ao longo dos tempos, se dedique a decifrar seus mistérios, projetando crenças e descobertas no cotidiano e na própria cultura.


Céu dos deuses

No início dos tempos, o ser humano olhava o céu com idolatria e criava o sentimento do inalcançável. Talvez, por isso, tenhamos escolhido guardar nossos deuses nesse espaço, um lugar onde nenhum ser comum poderia pensar em chegar.

As divindades de povos antigos estavam diretamente ligadas aos astros, pois depositavam sua fé em deuses que têm o céu como morada ou são explicados por elementos celestes.

Acredita-se que bênçãos e castigos podem ser outorgados por entidades divinas. Os cometas, os raios e os trovões, por exemplo, há muito eram vistos como avisos e punições enviados por deuses, pelo não cumprimento de seus desígnios.

Devido à forte ligação do homem com as divindades celestiais, surgiram histórias fabulosas sobre essas entidades. Uma delas, da mitologia grega, conta que o cavalo alado Pégaso foi transformado por Zeus, o soberano entre todos os deuses, numa constelação para evitar que o herói grego Belerofonte se aproximasse do Olimpo.


Céu do conhecimento

Contrapondo-se à mitologia, notamos que algumas importantes descobertas dos primórdios do conhecimento sobre o céu provêm de antigas civilizações, como as fases da lua, a classificação das estrelas, calendários e instrumentos de navegação.

Nesse período histórico, o homem começou a desvendar os enigmas celestes utilizando-se de métodos mais científicos. A intuição começa a dar lugar à razão. Esses homens da Ciência construíram equipamentos que permitiam visualizar com mais precisão o céu, até então observado a olho nu. Algumas dessas descobertas impulsionaram o homem a cruzar os oceanos para conquistar novos territórios, já que podiam controlar as viagens observando o comportamento do mar de acordo com a posição dos astros.


Céu das lendas e superstições

Porém a mente humana continua repleta de lendas relacionadas ao espaço celeste. São as crendices populares, recheadas pelo folclore de nossos nativos: da astrologia consultada no mundo todo por milhões às fábulas de encantamento que nos fascinam ou nos amedrontam. Mistérios da lua cheia, a sobreposição de astros trazendo a noite em pleno dia. Estrelas que caem do céu guardam um desejo a quem guardar um segredo.

A lua, o sol e as estrelas são personagens em várias dessas histórias que mexem com nossa imaginação.


Céu infantil

O espaço sideral também está presente no imaginário infantil. Dos desenhos animados à literatura, são apresentados personagens e heróis que vivem nos planetas mais hostis, avançados tecnologicamente ou não, onde não pode faltar a eterna luta do bem contra o mal.

Com a cabeça voltada para o espaço, a criança viaja com eles, explorando a imaginação para participar dessas deliciosas aventuras. Colhem estrelas do tamanho de um botão, respiram sem capacetes, brincam com a gravidade e ainda vislumbram fantásticas modernidades.

A garotada se diverte com incríveis possibilidades, aprendendo valores transportados para o modo de viver desses personagens, que habitam outra dimensão ou participam da vida terráquea.


Céu do cinema

Até o cinema se rendeu aos mistérios do céu. São inúmeros os filmes e seriados que falam de ataques de seres espaciais ao nosso planeta e exploram o filão da ficção científica, que possui uma legião de fãs. Mas algumas dessas produções também permitem que os espectadores conheçam descobertas e fatos concretos referentes ao céu.

O mote desse gênero é a indagação de que podemos não ser os únicos seres do universo e que nosso planeta está constantemente ameaçado. Não apenas seres espaciais nos ameaçam; corpos celestes vagando ao redor da Terra são dramatizados pelo cinema, deixando uma pergunta no ar: quando será o fim do mundo?


Céu da realidade

Na era moderna, os fatos referentes ao espaço também são motivo de intensos estudos científicos, geralmente a favor da humanidade. Os avanços tecnológicos explicam fatos celestes duvidosos e até nos fornecem vantagens para a nossa vida.

Hoje podemos observar o céu com equipamentos de alta definição e até mesmo fazer turismo no espaço, viajando numa astronave pela Via Láctea e nos hospedando numa estação russa.

O homem não tem limites, pois nem o céu escapou de seu anseio desenfreado de conhecer e conquistar. Descobertas fantásticas alimentam cada vez mais nossa imaginação diante de tamanha grandeza. Planetas gasosos, anéis reveladores, gelo espacial e tanta coisa ainda a se descobrir nos mostram a realidade de que somos um mero grão na imensidão do universo.

Ao passar com todo seu esplendor pela Sapucaí, a Unidos da Tijuca vai mostrar fatos e crendices acerca do espaço celeste, revelando que o homem sempre estará dividido entre a realidade e a imaginação, que são essenciais para entendermos a vida e o mundo que nos cerca.

Com esse enredo celestial, a Tijuca, uma das reluzentes estrelas do Carnaval, se junta às estrelas do céu para brilhar no firmamento da folia carioca.


Carnavalesco: Luiz Carlos Bruno
Pesquisa e texto: Julio Cesar Farias

 

TIJUCA 2009: UMA ODISSÉIA SOBRE O ESPAÇO - pelo poeta João Pedro Roriz

Doravante, o céu nunca mais será o mesmo,
pois eis que no oceano de crenças e esperanças,
o azul de nossa infância será catalisado na figura do pavão,
símbolo alado de nossa tradição, criatura que encanta
e que levanta a multidão. Seja na cauda de um cometa,
na ponta da luneta ou na imaginação popular.

Nut, Varuna, Odin e Oxalá,
habitaram um céu ornamentado de histórias,
mitos feitos de glórias
que remontam a trajetória de toda constelação:
Zeus transformara Pégaso em pontos de luz no espaço,
o que, sem fracasso, nos deu o dom da navegação.

Galileu descobriu as manchas solares e as estrelas da Via-Láctea;
as fases da lua e as crateras no sofismo de suas cafuas.
Ptolomeu, um europeu de Alexandria,
nos deu lições de astronomia.
No México, o calendário asteca já nos dizia
que o ano possui trezentos e sessenta e cinco dias.

Quando a lua se inflama prometendo noite fria,
todo mundo se arrepia, diz Pai-Nosso e Ave-Maria.
São quimeras de quem canta a lenda urbana e do sertão.
Os que estudam astrologia olham o céu com atenção:
a previsão está no escuro, está no cosmos, no zodíaco...
são maníacos por futuro, estão em busca da razão.

Quando a ribalta das estrelas se incendeia na televisão,
o sol ilumina a terra, picadeiro de aventuras.
Através da literatura, as crianças alcançam as alturas
e tocam nuvens feitas de algodão.
O Pequeno Príncipe alimenta a flor da consciência,
e com veemência nos ensina sua lição.

E quando Marte atacar,
os MIB colocarão a roupa preta.
A humanidade se salvará da hostilidade de outros planetas
e comemorará a independência da criatividade e da ficção.
Ei-la, no abarcar das estrelas, no calor do cinema,
atrás das imensas cortinas de solidão.

E neste prelúdio histórico, a lenda imita a realidade:
Apolo sai dos mares a caminho da lua.
O Columbia imita a Enterprise - fortaleza de aço -
e corre anônimo neste palco etéreo, neste campanário de tantas veredas, lugares perdidos... O Hublle explora o tecido milenar que compõe o infinito
- labaredas de um grito que se perpetua no espaço!

O céu se cobrirá com a luz solar,
e a Tijuca vai passar azul e amarela na avenida.
Na passarela, as nossas vidas, feitas de cor e fantasia,
remontarão o Big Bang: uma explosão de alegria!
Vem curtir o Carnaval, um desfile alto-astral
Pelos encantos da poesia!

(João Pedro Roriz)

Luiz Carlos Bruno – Carnavalesco
e Julio César Farias – Pesquisador e Escritor
 

volta.gif (1281 bytes)