Boca de Siri – Sinopse 2016

CARNAVAL DE 2016

SINOPSE DO ENREDO

Do Reino das Yabás… As Candaces e a Riqueza Cultural do Brasil

Boca de Siri - Logo do Enredo - Carnaval 2016

 
Não é a toa que o continente africano tem o status de “Mãe África”. Sua rica mitologia conta historias de mulheres guerreiras, conhecidas como Yabás, verdadeiras mães e rainhas que receberam a missão de contribuir na criação do mundo e manter sua existência.

A força da terra está em todos os seres que nela habita, mas nas mulheres de forma especial, pois são elas que como as frutas, guardam suas sementes e no ventre dá seguimento a perpetuação da vida.

Nas religiões de matriz africana, como o candomblé, as Yabás: Oxum, Iansã, Iemanjá e Nanã, detêm todos os ritos de passagem, assim elas acompanham desde o nascimento de todos os seres da Terra até a sua morte, pois dela, tudo provem e para ela deverá retornar. São essas mulheres, guerreiras, mães, caçadoras, médicas, comerciantes e militares, que mantém o poder de comandar a natureza, habitando na terra, nos mares, cachoeiras, lagos, ventos e matas, podendo se transformar em peixe, pássaro, búfalo, leopardo e borboleta.

Na África a mulher sempre teve papel fundamental na governança de suas nações e aldeias, muita delas se tornaram exímias militares e conduziram grandes exércitos em batalhas, sempre respeitando o poder da natureza, pois para o povo africano, manter a abundancia de sua fauna e flora, é manter a vida em constante renovação.

Oxum, deusa da mitologia africana tem seu habitat nas águas doces dos rios e principalmente nas cachoeiras, é a senhora da fertilidade. Orixá mãe é ela que comanda o útero e todo o período materno. Considerada a deusa do amor gerou um filho, orixá (Logum-Edé). Exime cozinheira é considerada a dona da colher de pau. É dela o poder de permitir olhar e interpretar o jogo de búzios e por esse motivo é considerada a dona da visão. Sua saudação: Orayê yeô Oxum.

Iansã, orixá feminina que lutou na guerra. A senhora das tardes cor de rosa, habita nos bambuzais, ventos e raios, tem o poder de se transformar em búfalo para ir à luta, e em uma borboleta, quando demonstra sua fragilidade e beleza. Saudação: Eparrei Oyá.

Iemanjá, senhora das águas do mar, esta presente nas praias, maré e oceanos, a grande sereia e senhora das perolas, protetora de todos os seres marinho e provedora da pesca, orixá mãe de todos os homens que habita a terra, é ela que protege e atua em nossas cabeças, Senhora que rege a família e mantém a harmonia do lar, sua saudação é: Odoyá Iemanjá.

Nanã, deusa dos pântanos, regente das chuvas, nasceu do contato da água com a terra, e tem a lama como seu principal habitat. A senhora mais velha, mais temida das yabás e a mais respeitada. É ela a orixá da vida que representa a morte, detentora do portal de passagem entre a vida e a morte, que permite que a vida seja mantida. Também é considerada a senhora da sabedoria. Saudação: Saluba Nanã.

São com, Ya Kala, Ya Tala e Ya Nassô, três princesas africanas trazidas como escravas para o Brasil, que as nações de Angola, Keto e Gegê aqui chegam e se difundem, fazendo hoje do Brasil o maior praticante das culturas oriundas da África. É por intermédio do Candomblé que as historias de Oxum, Oyá, Iemanjá e Nanã se fazem conhecidas, mães, rainhas e guerreiras, como Agotime, Tereza de Benguela, Dandara, Chica da Silva, Mãe Menininha, Tia Ciata e muitas mulheres desse país, que lutaram e lutam para manter essas tradições, são elas verdadeiras candaces, mulheres que lutam para manter seu destino.

É com a contribuição da cultura africana, que surge às manifestações que enriqueceram a cultura do nosso país. Como nosso idioma, que recebeu inúmeras palavras de origem Bantu, como: marimbondo, tanga, fubá, quitanda, farofa, bunda, cochilo, dendê, canjica, moleque, gingar, capanga, minhoca, samba, quiabo e muitas outras. Bem como, as influencias das danças e sons africanos, que se tem com a capoeira, o maculelê, o maracatu, a congada, o samba e o carnaval. Que eis aqui o Grêmio Recreativo Escola de Samba Boca de Siri, em procissão negra de raça e fé, exaltando a origem de seu povo.