Império da Zona Oeste – Sinopse 2017

CARNAVAL DE 2017

SINOPSE DO ENREDO

Favela

 

Introdução

Somos a Império da Zona Oeste, a Escola da irreverência. Quando o couro estremece com a pancada da explosão imperial , o imperiano já sabe que é hora de brincar o carnaval na essência do que é esta festa: a alegria!
Nós somos a escola da irreverência e da espontaneidade, e com essa ótica conseguimos chamar a atenção para o preconceito e as injustiças sócias ” E foi dessa forma que alertamos o Brasil para a necessidade de vivermos em grupos e com harmonia, defendendo a tese de que JUNTO SOMOS FORTES.

Em 2017, imperiano, favelados ou não, se misturam a esse corpo tão único e ao mesmo tempo tão heterogêneo, tão real e abstrato, tão sofrido e feliz… Portanto, seja bem vindo à favela da zona oeste, e conheça toda a dimensão da audácia humana!

 

Sinopse do Enredo

Chegava gente de todo lugar e em cada olhar havia uma chama, uma religião, uma fé…
Quem somos nós?
Herança do olhar de esperança dos negros enfim livres
A fé dos pobres soldados que foram a Canudos vencer o próprio espelho
dos sem cortiço, excluídos da cidade que limpava-se…
Quem somos nós?
Bisnetos dos imigrantes que fugiram da guerra
Netos da seca do sertão
Filhos da miscigenação
Somos a pluralidade na origem, a uniformidade na carência

Como fizemos?
Da necessidade!
Erguendo formas estranhas, audaciosas
Tão perigosas quanto geniais
Como fizemos?
Desafiando a lógica e a gravidade
Arquitetos e engenheiros
Mas sem régua, sem esquadro
Sem segurança, nem dinheiro
Como fizemos?
Desejo em forma tijolo!!!
Coragem em prego e concreto!!!
Como malabaristas do dia-a-dia, nos equilibramos na necessidade
Como fizemos?
Caixote vira madeira, esteira é colchão
Vela na prateleira garante iluminação

Somos sinistros!!!
Porque quebramos o muro invisível da cidade partida sob marteladas de ritmo
Crescendo como família
“gente simples e tão pobre, que só tem o sol que a todos cobre”
Mas que faz arte de viver como nenhum outro
Somos sinistros!!!
Porque levamos pra cidade nossas manias e as trazemos de volta ainda mais ricas
No improviso, na invenção cotidiana, na parceria, no sofrimento, na festa, na religiosidade
A alegria de transformar dor em poesia.
Somos sinistros!!!
Porque vão falando como nós, dançando como nós, grafitando como nós

Nem adianta
A diferença incomoda
Fomos reprimidos, removidos, demolidos de novo
Somos o povo criativo e genial, mas barulhento
Que a sociedade gosta de ver… de longe…
Nem adianta

Nosso povo tem a força e a potência transformadora de um átomo
É cimento e sentimento
É concreto e abstrato
Nem adianta
Maltratar, proibir
Derrubam um barraco aqui, surgem cem ali

Parece pesadelo…
Viver na gangorra da vida
Entre a polícia e o bandido
Nosso guri abatido
Alvo de bala perdida
Parece pesadelo…
A dor cobre o pôr-do-sol
A esperança adoece
O descaso alimenta a fome
E a dignidade padece

Fala favela!
Sai dos labirintos, dança um afroreggae
Pinta a arte de nossos poetas
Dança, canta e ensina
Samba, pagode, funk e muito mais
Criação desenfreada
“Som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”
Exige mudança, refaz a esperança
E protagoniza teu próprio destino
Fala favela!
O teu filho um dia humilhado
Hoje é estrela que brilha em todos os palcos
E tem muito orgulho de ser cria daqui
Fala favela!
Em uma central única, desata os nós
Se antena no mundo
Erguei nossa voz

Tudo misturado, junto, conectado!
Pobres, gays, loucos ou burguês
Sem fronteiras, sem países
Toda cor, toda religião!
Quem diria?, o futuro vindo da contramão
Tudo misturado
Sem distancia, diferença, preconceito ou separação
Na mistura das cidades, nossa língua é a união
Tudo misturado
Porque a cidade está em festa
A gelada está no bar e Cleonice já fez o feijão
Império hoje é nossa família, nosso povo, nossa paixão.