Em Cima da Hora – Sinopse 2018

CARNAVAL DE 2018

SINOPSE DO ENREDO

A Fascinante Viagem Por Uma Cidade em Aquarela

Em Cima da Hora - Logo do Enredo - Carnaval 2018

 

Eu, foliã na vida e promotora do carnaval, sou a Em Cima da Hora a te levar por uma viagem fascinante por uma terra que está há uma distância curta de nós. Te convido a vir comigo neste destino retratado pelas artes que essa terra abriga e que permite a manutenção da sua memória. Foi através do olhar artístico de grandes pintores que me encantei, fazendo brotar assim, um interesse especial pela cidade de Niterói.

Em belas telas me surpreendi com o encontro dos traços e das cores expressando tamanha sensibilidade, pelas mãos do seu mestre pintor e de tantos outros que a ele sucederiam, em telas e gravuras. Registros que legitimam o encanto que todos têm ao se deparar com esta cidade.

Talvez tivesse sido este o encanto que a família real também sentiu ao visitar essas terras pela primeira vez, e a tomou rapidamente por sua cidade refúgio, seu abrigo seguro nas franjas do mar nos arredores do atual bairro de São Domingos. Tempos idos de uma relação mútua onde, sob o poder real, em 1816, recebeu a alcunha de Vila Real da Praia Grande e tornando-se Nicteroy anos depois.

E no meu delírio de carnaval, te levo comigo através das telas do grande mestre, para descobrir o que de mais interessante esta cidade reservava num tempo em que a natureza que retratavas me fascinou. As suas matizes e cores me levaram até o encontro de borboletas brilhantes que bailavam suspensas no ar num revoar descompassado, como assim disse o explorador-cientista que por ti também caminhou.

Aprendi que floresceu desta natureza exuberante a cultura numa de suas formas mais valorosas, onde veio a nascer a primeira companhia de teatro genuinamente brasileira, pelas mãos daquele que um dia seria considerado o “Pai do Teatro no Brasil”.

– Como se apresentava belo o cenário daquela Imperial Cidade, adornada de encantos e que via emergir seu talento cultural! Fascinante! Penso que seria um cenário etéreo, mágico, na minha fantasia de carnaval.

E passeando em tuas avenidas, como num novo encanto, meio que de repente, me surpreendi com alguns estilos arquitetônicos que marcaram época. Prédios antigos ainda guardam resquícios de um período em que se viveu a Belle Époque tropical. Seu antigo cassino e o esplendor de uma sociedade, debruçavam-se à beira mar; e a sétima arte multiplicava-se em salas de cinemas por toda a cidade. Niterói soube viver o auge de uma época onde a cultura estava em efervescência e profunda transformação.

– Foi de fato um glorioso tempo, onde a cidade viu sua expansão e os primeiros registros de modernidade acontecer, como se previsse onde chegaria, e chegou.

Para resgatar a sua história mais tradicional me fixo no mundo real e fui então, explorar seu interior nas ruínas que ficam lá pelas bandas de onde as pedras cantam e os vestígios antigos se encontram. E me pergunto, será que por ali caminhou o chefe primeiro desta terra, aquele sob a alcunha de Araribóia, que hoje é monumento central a figurar às portas da cidade, como uma espécie de guardião, pronto para o combate? Ele, tal qual sentinela num dos fortes que em sua orla destacam-se impávidos, resguardando toda a riqueza que nela habita. Uma riqueza somente comparável ao número de suas antigas igrejas, adornadas e repletas de obras seculares que estão por diversos pontos da sua geografia, consolidando mais uma vez o seu valor cultural, arquitetônico e histórico.

Niterói é muito mais que a bela visão do Rio de Janeiro. Muito mais do que aquilo que aqui consigo descrever. Vai além das formas sinuosas que brincam à beira mar, ou fixadas num cartão postal. O seu aspecto urbano, seu jeito urbano que une o urbano e o tradicional é a perfeita tradução de seu povo, seus costumes… seu jeito de ser!

E foi percorrendo seus caminhos e formas que pude entender sua gente, seu jeito de celebrar e viver. Por todos os cantos, um rio de cultura se apresenta, uma história se desvendar e um sorriso a se abre nos fascinando ainda mais.

O seu jeito de ser, seu modo de celebrar e sua maneira de viver com alegria é seu principal cartão postal! E em tudo que há em ti ainda vou vivenciar. Seja festejar no mar o padroeiro dos pescadores ou rompendo o ano que se inicia na areia de tua praia principal, a desejar tudo que de melhor pode haver. Quero reviver contigo a memória de outrora quando possuía o segundo maior carnaval do país, cair ao mar de fantasia, romper de alegria a sorrir e festejar como se nada tivesse fim, mesmo que um dia o fim chegado. E chegou.

Mas seu sorriso mais valoroso de carnaval está ligado às conquistas da agremiação que para o mundo o teu nome ajudou a levar. E ao se tingir de vermelho e branco, foi cada vez mais sapeca (quem diria?!), recriando a magia de um sonho, onde sua gente sorria e caía na gandaia ao som de sua bateria. Mostrando para quem quiser, que o carnaval não terá fim.

Tudo isto é para demonstrar a alegria que não cabe no peito de pertencer a este lugar. E que hoje, com muito orgulho, se renova mais uma vez neste sonho de carnaval, e que Cavalcanti vem decantar, no intuito de ser campeã!

 

Enredo: Rodrigo Almeida
Pesquisa e Sinopse: Anderclébio Macêdo