Unidos da Vila Kennedy – Sinopse 2018

CARNAVAL DE 2018

SINOPSE DO ENREDO

Eita Boi Danado!

Unidos da Vila Kennedy - Logo do Enredo - Carnaval 2018

 

Justificativa

A dança folclórica do bumba-meu-boi ou boi-bumbá, é um dos traços culturais bem marcantes na cultura brasileira,em especial na região Nordeste. A dança surgiu em meados do século  XVIII, como uma forma de crítica à situação social de negros e índios.  O bumba-meu-boi  combina  elementos  de comédia, drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar  a  fragilidade do homem e a força bruta de um boi.

O Folclore resulta da união de elementos  das culturas européia, africana e indígena. Misturada com teatro, a dança incorpora elementos da tradição espanhola e  portuguesa, com encenações de peças religiosas nascidas na luta da Igreja contra o paganismo. Intensificada pelos Jesuítas, que através das danças e pequenas representações, desejavam evangelizar os negros e  indígenas.

O Enredo  “Eita Boi  Danado”, contará  através  da  lenda  de morte e ressurreição de um boi, a origem do folclore, a fé e devoção ao Santo Padroeiro (São João Batista), originando o Festival Folclórico de Parintins.

Histórias típicas das relações sociais  e econômicas da região, durante o período colonial, marcado pela monocultura, criação de gado e escravidão, são resgatadas através do folclore.

Com a imigração nordestina, o mesmo agregou manifestações culturais como: lendas, rituais, música  e  dança indígenas;  além de figuras mitológicas de pajé e feiticeiros, incorporadas e adaptadas pela população nortista.

Apesar de haver comemorações do folclore em diversos Estados Brasileiros, foi no Maranhão que houve a maior valorização da festa, sendo exportada para o Estado da Amazônia.

A Ilha localizada no Baixo Amazonas, a margem direita do rio, a 420 km de Manaus, era habitada por Índios Tupinambás, pelas tribos Sapupê, Peruviana, Mundurucu, Maués e Parintins. Em 1853 o nome Parintins foi oficializado como nome da Ilha, um dos pontos turísticos mais importante daquela região, principalmente por conta do Festival, oficializado em 1966, dando início as disputas entre os dois bumbás.

 

A Lenda

Catirina (Catarina) que era casada com Pai Chico (Francisco), estava grávida, teve o desejo de comer língua de boi.  Chico, com medo que, seu filho nascesse com a cara de língua de boi, retirou a língua do boi mais bonito da fazenda e a fez para atender o desejo de Catirina.

O Coronel, seu patrão, quando procurou seu boi, ele estava muito doente, devido ao ocorrido, mandou prender Pai Chico, exigindo o restabelecimento do boi. Chico foi atrás dos pajés para que o ajudasse, após o ritual da pajelança o boi se ergueu, tornando-se forte e saudável.

A fazenda entrou em festa comemorando o renascimento do boi, a partir daí, por todos os anos.

 

A História do Boi Garantido (Boi do Povão) – Vermelho

Lindolfo Monteverde quando criança escutava sua avó maranhense contar lendas de um boi de pano, que dançava nas noites de São João.

Aos onze anos, confeccionou um boi e o batizou de Garantido, brincando com amigos por vários anos.

Quando completou dezoito anos, Lindolfo teve sérios problemas de saúde e, fez uma promessa a São João Batista: “se restabelecida sua saúde, ele faria o boi brincar por toda a sua vida!”

Surgiu assim, em 13 de junho de 1913, o Boi-Bumbá Garantido.

 

A História do Boi Caprichoso (Boi da Elite) – Azul

Fruto de uma promessa feita pelos irmãos Cid (João, Roque e Raimundo Cid) a São João Batista, quando chegaram à Amazônia, vindos do Ceará: “se conseguissem trabalho e casamento, reverenciariam o Santo com um boi de pano”.

Alcançada as graças, surge em Parintins, mas precisamente em 20 de outubro de 1913, o Boi-Bumbá Caprichoso, nome batizado pelos Irmãos Cid, sugerido pelo advogado parintinense José Furtado Belém. Ele conhecia outro boi-bumbá chamado Caprichoso, que brincava no bairro Praça 14 em Manaus.

 

Sinopse

Eita, eita Ele vai chegar. Catirina meu amor, te preparas por favor, quero ver você sambar!

O Coronel está chegando, ele vem pra me pegar. Chama o Índio Feiticeiro, o Pajé, o Curandeiro, para o boi ressuscitar!

Ô Sinhá! Hoje é dia de festa! São João há de abençoar! Chama toda essa gente, tem comida, tem bebida, a cantiga já começa, vamos todos curiar!

O Nordeste vem chegando, a ilha a povoar. Pede licença aos Parintins, vou chegando por aqui, me encantei com esse lugar!

Está chegando José Pedro, traz consigo alegria, essa história contagia, veio aqui pra  batizar! Eu me chamo seu Francisco, conhecido por Pai Chico, sou o rei  do  boi-bumbá!

A vovó assim dizia: “que o boi em noites frias, só saía pra assustar”; era pura fantasia, inspiração, mitologia, eu também tô na magia com os amigos vou brincar…

Rogo ao Santo Padroeiro, São João tu sabes, meu coração é verdadeiro, ajude a me curar! Muito agradecido eu estou, pois homem feito sou, em promessa por toda minha vida o Garantido irá brincar!

Zé Belém assim falou: “deixe logo o Ceará! Na Amazônia tem trabalho, tem casamento, é só pedir consentimento, que o Santo aos três há de abençoar!” Obrigado ao Padroeiro, desse que boi que é brasileiro, em Parintins  nós  prometemos: “o Caprichoso para sempre vai brincar!”

 

Adriano Soares