Em Cima da Hora – Sinopse 2019

CARNAVAL DE 2019

SINOPSE DO ENREDO

Orlando Baptista: o Menino e a Bola

Em Cima da Hora - Logo do Enredo - Carnaval 2019

 

JUSTIFICATIVA DO ENREDO

O mundo dos sonhos é o mais próximo que temos da realidade: é fantástico!!

É nele que damos vazão aos nossos desejos e ambições. Criar é uma dádiva.

Imagine a mente de uma criança que deseja se aventurar pelo mundo da fantasia?

Mundo esse intrinsecamente ligado ao eu lírico de cada um.

O adulto observar uma bola a girar no chão de barro pode ser entediante, mas, ali, na fantasia da mente de nosso homenageado, a bola representava o mundo.

A poeira que subia eram as nuvens e o chão era o mar.

Sejam bem vindos a epopeia de nosso menino!

 

SINOPSE DO ENREDO

“Voltei. O tempo passa e nem sentimos virar adultos. Ainda me lembro das noites que amarrava o lençol no pescoço e subia no braço do sofá imaginando ser Vasco da Gama.
Eu gritava: terra à vista!! Em alto e bom som, para que todos ouvissem na casa imaginando todas as riquezas que poderiam, lá, existir.
Eis minha primeira paixão: o clube originado do nome do desbravador português.
Pegue um punhado de alecrim, salsa, benjoim e arruda; pique tudo com as mãos.
Deixe secar ao sol e acenda um pouco de carvão até que a brasa tome conta de tudo.
Salpique as ervas sobre o braseiro, feche os olhos e sinta a fumaça subindo aos céus perfumando o ambiente.
É incrível sentir isso com os pés no chão.
Não é difícil ouvir ao fundo o rufar dos atabaques que fazem o corpo tremer.
Essa é a perfeita descrição do que sinto ao relembrar meus ancestrais.
Foi através deles é que adquiri sabedoria e resiliência para atravessar os momentos mais complicados de minha epopeia.
Caô cabecile xangô; o senhor dos raios, fogo, justiça me ampara para seguir vencendo na vida, minha segunda paixão traduzida em sangue e raça: assé.
O vento sopra e a bola rola.
Eis que é minha estreia narrando as façanhas da redonda.
Era vez de realizar meu sonho: contar a todos as emoções que aconteciam nos gramados cariocas.
Ali, eu vi o que era lidar com paixões.
Encontrei amigos que entre si movimentavam a cena desportiva da cidade.
Meu antigo amigo, almirante português, e seu eterno rival, urubu rei.
Bota no meio, senhor juiz: foi assim que apelidei os árbitros que nada mais eram do que os intermediários da grande festa.
Revi o cartola de três cores e a estrela solitária que encantava multidões, também.
Ao fim, ganhei título de nobreza; vejam só.
Fui considerado o mais laureado locutor esportivo.
Troféus que, para mim, eram os tesouros que eu carregava no meu sofá.
Minha terceira paixão era o Rio.
Deste momento em diante tudo mudava.
O menino que, antes, era somente um garoto com a capa amarrada no pescoço, pendurado no braço do sofá, agora, ganhava o mundo.
Sou pé quente, cara!!
Estive em todos os cinco campeonatos mundiais que o Brasil tem.
Narrei tantas copas que ninguém vai conseguir me passar.
Fui considerado a voz do esporte nacional.
Juntava as famílias para ouvir minhas narrativas.
Fiquei tão importante que o senhor de um braço só.
Muito amigo de uma certa águia altaneira.
Que veja só: é madrinha da boa e velha Em Cima da Hora
Me condecorou como comendador da águia.
Me diga, honestamente, meu amigo.
Você já viu uma história de carioca que gosta de futebol não terminar em samba?
Pois a minha vai parar lá.
A minha quarta paixão.
Salve o samba, salve a santa, salve ela.
Salve o manto azul e branco da Portela
Nada mal para um menino que só queria brincar com um lençol amarrado.
No pescoço e no braço do sofá”

Rodrigo Almeida