Unidos da Vila Kennedy – Sinopse 2020

CARNAVAL DE 2020

SINOPSE DO ENREDO

Um Rei à Bangu

 

É Castor de Andrade e Silva, verdadeiro patrono do Bangu Atlético Clube e principal torcedor, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel. Banqueiro dos Banqueiros de bicho.

“Hoje vamos prestar nossa homenagem
A que toda malandragem
Homenageia e respeita também
Aqueles que portando uma caneta,
Um bloco e uma folha preta.
Escreveram a sorte ou azar de alguém
São eles velhos malandros maneiros…”

Nascido e criado nos subúrbios cariocas de Santíssimo à Bangu, Castor de Andrade herdou coisas fundamentais da família, do pai o compromisso com a palavra e a formação religiosa, da mãe o amor pelas coisas populares e os pontos de bicho.

Aos 54 anos, Castor tornou-se definitivamente um personagem nacional. Nos clubes de futebol é visto pelos jogadores como um grande pai, entre os sambistas como um pacificador e entre os bicheiros como um líder que inspirava respeito.

Nesse Carnaval a Unidos de Vila Kennedy vai contar parte da vida de um homem ligado às coisas mais populares desse Brasil. Futebol, Samba e Jogo do Bicho. Vai contar coisas da vida de um homem que auxiliou famílias, dando emprego a mais de mil pessoas e diferente da maioria dos patrões apoiou a greve dos metalúrgicos. Um Castor que é verdadeiro capo do subúrbio sempre cercado de pedidos de emprego pedidos de moradia. Sempre procurando ajudar.

A vida de Castor foi dirigida a Bangu, e não media esforços para beneficiar a sua terra e o seu clube.

“Culpados são os que se escondem e não aparecem na hora que precisa” dizia Castor.

Um Castor amigo do padre Paulo da igreja do Sagrado Coração de Jesus, construída com os braços e o sangue do seu pai Zizinho.

Dono de Metalúrgica, Patrono do Bangu, ele venceu o campeonato carioca. Homem ligado ao samba, garantiu a sua escola Mocidade Independente de Padre Miguel o campeonato no carnaval era dono de uma infinidade de pontos do jogo no Rio de Janeiro. Uma figura uma figura amada em toda a zona oeste.

Acusado de tudo, em razão da fama que criou através dos anos, esse personagem controvertido, carismático, envolvente, de extremos, ou entre a população mais pobre ou nas altas rodas da sociedade carioca.

Os muitos anos de militância no futebol fizeram de Castor uma espécie de rei, pela maneira ao mesmo tempo rude e diplomática de enfrentar situações.

Amado, invejado, odiado, o folclore desse homem do samba e do futebol, como dizem em Bangu, já dá tema para um enredo de escola de samba. Afinal de contas, de tudo ele sabia um pouco, um bom gosto e sofisticação e coisas do get-set que vem dos tempos dos estudos iniciais no colégio São Bento, colégio da elite carioca.

Mais tarde, Castor aprendeu parte da sua malandragem no Pedro II da rua Marechal Floriano, ali perto da Central do Brasil, morro da saúde e adjacências, lugares barra pesada do Rio. A cultura a etapa seguinte, não muito longe do Pedro II, bem na praça da República na Faculdade Nacional de Direito.

Atrevido e valente, cria autentica dos subúrbios cariocas das peladas de Santíssimo, Realengo, Campo Grande e Bangu, teve uma frustração como jogador nunca passou da ponta esquerda.

Sofisticado desde menino do colégio São Bento e culto pelos ensinamentos que recebeu na Cândido Mendes e da própria vida, como pôde Castor entrar para o jogo de bicho se o seu pai era rico criador de gado e proprietário de caminhões de transporte?

A sua avó Dona Iaiá era bicheira.

“mas ganhou leva, ganhou leva,
Só vale o que está escrito
Lá não se leva no grito
Quem quis levar não prestou”

Justamente a família da mãe controlava boa parte do jogo do bicho no subúrbio. Tio Nonô, tio Jorge e tio Justino se juntaram a esperteza de Castor, que estendeu os domínios da família, foi dominado ponto por ponto, tornando-se o bicheiro dos bicheiros.

Castor herdou a banca de bicho do seu pai e transformou num império. Considerado um bicheiro romântico, que não permitiu que outros negócios escusos fossem explorados juntamente ao jogo.

Atingiu outros status bancando jogos de outros. Rico e poderoso empresário, dava sempre preferência a boa conversa.

Um Castor vítima do A.I.5, na Ilha Grande foi parceiro de Carlos imperial no samba “A Ilha” e se tornou amigo de Natal da Portela.

Umas das figuras mais queridas do carnaval carioca, grande amigo de Carlinhos Maracanã e da família portelense. Castor foi uma figura polemica, influente e muito justo. Marca registrada dos banqueiros da antiga.

“Durma bem, sonhe bastante e
Também ‘boa sorte’
O resultado ta no poste”
Avestruz, águia, burro, cavalo
Elefante, galo, macaco, leão
Borboleta, cachorro, coelho,
Carneiro, camelo, veado e pavão
Eu sonhei com você na floresta
Estava numa festa…”

Sua indústria de metalurgia fornecia panelas e fogões de campanha para a marinha e exército brasileiro.

Castor tramitou com prestígio e desembaraço pelo poder. No governo militar, ministros e generais lhe dedicaram atenção especial. O ex-presidente João Figueiredo quebrou o cerimonial certa vez, afastando-se do grupo de autoridades que o cercavam indo pessoalmente cumprimentar o Castor de Andrade.

Castor foi presidente de honra e financiador do Bangu Atlético Clube, sendo o grande responsável pela conquista do título de campeão carioca de futebol de 1966 e pelo vice-campeonato brasileiro de 1985, quando perdeu o campeonato para o Coritiba, que foi campeão após uma decisão por pênaltis no Maracanã.

Foi também patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba à qual ajudou a conquistar os títulos de 1979, 1985, 1990, 1991 e 1996. Mas sua participação no carnaval não se limitou a esta escola de samba, durante décadas colocou dinheiro na organização dos desfiles, numa época em que os demais contraventores não ousavam aparecer. Deve-se ainda a Castor a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

Castor trabalhou semeando a paz e colheu um clima de amizade, da colaboração e agradecimentos que são estendidos ao seu pai Zizinho que nos deu um criador de ideias de esforços e capacidade.

Não podemos deixar de lembrar aqui que Castor, na sua resolução de tornar a Mocidade Independente de Padre Miguel campeã entregou-se permanentemente a esta meta e conseguiu como tantas outras glórias para Bangu.

Sempre querido pelos seus amigos e até pelos que não tiveram a oportunidades de conhece-lo, todos de Bangu conheceram Castor e os agradecimentos percorrem o bairro, e agora o Bangu de Castor agradece.

Obrigado ao nosso melhor amigo do samba, a Unidos de Vila Kennedy te abraça.