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Paraíso do Tuiuti: Desfile com Excelência Estética e Leitura Clara, mas Canto Irregular

O desfile do Paraíso do Tuiuti, com o enredo “Mogangueiro da Cara Preta”, foi marcado por excelência estética e uma leitura clara, apesar de enfrentar desafios no quesito canto. O casamento artístico de Rosa Magalhães e João Vitor Araújo proporcionou uma apresentação visualmente apurada, destacando-se pela singeleza e domínio do tema.

A comissão de frente, intitulada “Um conto pra lá do Marajó”, coreografada por Lucas Maciel e Karina Dias, apresentou soluções criativas e de bom gosto. Com simplicidade, a coreografia retratou os encarnados Búfalos, desde sua origem na Índia até a chegada à Ilha de Marajó. Destacou-se a maquiagem e o figurino dos primeiros componentes, representando o palácio indiano e a cultura marajoara.

O mestre-sala Raphael Rodrigues e a porta-bandeira Dandara Ventapane encantaram com a dança e figurino “Flor de Lótus”, simbolizando a pureza e renascimento. Apesar de alguns pontos altos na dança, como referências a danças indianas, ventos dificultaram a manipulação do pavilhão.

A harmonia, entretanto, apresentou irregularidades no canto ao longo do desfile. Diferentes setores variaram na intensidade do canto, com destaque para as alas “Sadhus” e “Peixes da costa da Ilha de Marajó”. O intérprete estreante, Wander Pires, iniciou com alguns cacos exagerados, mas ao longo do desfile focou no canto, auxiliado por um bom carro de som.

O enredo explorou a chegada dos búfalos ao Brasil, especificamente à Ilha de Marajó, destacando a influência indiana nesse processo. A narrativa coesa e de fácil leitura proporcionou uma história interessante e bem explicada. O desfile percorreu a Índia, o naufrágio e a cultura marajoara, homenageando Mestre Damasceno como “Mogangueiro da Cara Preta”.

A evolução do desfile foi satisfatória, exceto por um buraco formado no início da pista devido a dificuldades na entrada do último carro. A bateria, liderada por mestre Marcão, teve uma apresentação impecável, representando os indígenas marajoaras.

O samba-enredo, composto por Cláudio Russo, foi elogiado, mantendo a qualidade dos últimos anos do Tuiuti. A melodia característica, com pontos altos como o refrão principal “Cadê o Boi” e o swing da Ilha de Marajó, foi bem recebida, apesar das irregularidades no canto da comunidade.

As fantasias, alegorias e adereços foram destaque, mostrando bom gosto, criatividade e apuro estético. O conjunto de fantasias, com destaque para as baianas, representou a riqueza da Índia e a cultura marajoara de forma vibrante. As alegorias, incluindo carros como “O Esplendor da Índia” e “Bufodromo”, evidenciaram acabamento cuidadoso e soluções criativas.

Outros destaques incluíram a rainha Mayara Lima, representando a “Deusa Marajoara”, e o estreante Wander Pires, celebrando 30 anos na Sapucaí. O desfile do Paraíso do Tuiuti foi uma celebração visual e temática, apesar dos desafios enfrentados no aspecto musical. Resta aguardar a avaliação dos jurados para conhecer o desfecho dessa apresentação singular no Carnaval carioca.

Vídeo da Bateria e Carro de Som