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Unidos do Viradouro Deslumbra com Desfile Tecnicamente Perfeito no Carnaval de 2023

A noite de segunda-feira foi palco de um espetáculo técnico e visual protagonizado pela Unidos do Viradouro no Carnaval de 2023. Encerrando a segunda noite de desfiles do Grupo Especial, a Vermelha e Branca de Niterói trouxe à Avenida Marquês de Sapucaí o enredo “Rosa Maria Egipicíaca”, do carnavalesco Tarcísio Zanon, em uma apresentação que cativou a plateia com seu conjunto estético impecável.

Em uma exibição que perdurou por uma hora e sete minutos, a Viradouro se destacou pela harmonia, pela comovente comissão de frente e pela excelência nos quesitos de chão. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho Nascimento e Rute Alves, brilhou representando “O Reino Místico das Lagoas de Uidá”, com uma dança glamorosa, forte e sincronizada.

A Comissão de Frente, sob a direção dos coreógrafos Priscilla Motta e Rodrigo Negri, estreantes na Unidos do Viradouro, apresentou “Eis a Flor no Seu Altar”. A representação das diversas vidas da homenageada, Rosa Maria Egipicíaca, foi realizada com maestria, com uma coreografia sincronizada e envolvente. O uso de elementos cenográficos, como o “Rosa Mística”, acrescentou uma dimensão extra à apresentação.

Julinho Nascimento e Rute Alves, em seu quinto carnaval na Unidos do Viradouro, destacaram-se ao representar o “Reino Místico das Lagoas de Uidá”. Com trajes inspirados na arte do Benim, o casal apresentou uma dança glamorosa, alternando momentos de força e delicadeza, contribuindo significativamente para a abertura marcante da escola.

A harmonia da Unidos do Viradouro foi evidenciada pelo canto firme e linear de suas alas, mantendo uma performance consistente ao longo do desfile. O intérprete Zé Paulo Sierra conduziu o carro de som com maestria, interagindo efetivamente com a comunidade, sustentando a energia mesmo nas partes mais melódicas do samba-enredo.

A evolução da escola foi fluida, linear e compacta, com a comunidade desfilando em ritmo consistente, sem acelerações abruptas ou espaços vazios. A animação e leveza dos componentes, especialmente das alas coreografadas, como “Possessões e Feitiçarias”, “A Chama do Sagrado Coração” e “A Guarda do Marujo”, contribuíram para a excelente performance no quesito.

O enredo, que contou a história de Rosa Maria Egipicíaca baseada no livro de Luiz Mott, foi apresentado de maneira coesa, clara e linear. Os seis setores, 24 alas, seis alegorias e três tripés conduziram o público pelas diversas fases da vida da homenageada. O desfecho originalmente planejado pela escola, na “Derradeira Profecia”, e o reconhecimento de Rosa como “A Santa Negra no Céu” foram representados com clareza na avenida.

As seis alegorias e três tripés impressionaram pela estética apurada, escolha de cores e detalhes marcantes. Destaque para o primeiro tripé, “Uma Gota se Faz Oceano”, com um grande tanque de água, e a quarta alegoria, “A Batalha Espiritual”, que impactou com tons fortes de vermelho, dourado e cinza. O último carro, “A Santa que o Povo Aclamou”, com a presença do casal de mestre-sala e porta-bandeira, foi um ponto alto do desfile.

O conjunto de fantasias foi marcado pela beleza estética, boa leitura da mensagem e variação de cores adequada ao desenvolvimento do desfile. Destaque para a ala de baianas, representando “A Devoção a Santana”, e a primeira ala, “A Menina Courá”, pela primorosa execução e delicadeza nos detalhes. O trabalho de maquiagem nos componentes também contribuiu para a regularidade visual.

O samba-enredo, composto por uma equipe talentosa, superou as expectativas, sustentando perfeitamente o canto da comunidade. O trecho final, com o refrão “Eu sou a santa que o povo aclamou”, executado durante um “apagão” da bateria, foi especialmente marcante, sendo entoado com entusiasmo pelas alas da escola.

O desfile da Viradouro ainda trouxe momentos impactantes, como a representação do Padre Francisco Gonçalves Lopes, “Xota Diabos”, pela “Furacão Vermelho e Branco”, comandada pelo experiente Mestre Ciça. A rainha de bateria Érika Januza, vestida como “Afecto”, também brilhou, e o apagão no final do samba foi um ponto alto que elevou a emoção do público.

No desfecho, a Viradouro homenageou diversas personalidades negras no grupo “O Brasil de Muitas Rosas”, com a presença de Luana Xavier, Luiza Brasil, Mariana Sena, Patrícia Costa e Salete Lisboa, encerrando sua apresentação com chave de ouro.

A Unidos do Viradouro, sob a gestão de Marcelinho Calil, conquistou elogios dos componentes e se firmou como uma das protagonistas do Carnaval de 2023. O desfile tecnicamente perfeito e emocionante deixou uma marca indelével na Marquês de Sapucaí.

 

Vídeo da Bateria e Carro de Som