Por Tarcísio Araújo

 

Integrante da Caprichosos de Pilares desde os 6 anos, mestre Alexandre se sente confiante para o seu décimo terceiro carnaval à frente da Bateria Venenosa.

Alexandre, mestre de bateria da Caprichosos (Foto: Divulgação)

“A cada desfile de carnaval estamos aprendendo e aprimorando. Como sempre, estamos otimistas e centrados, prontos para atender aos propósitos da bateria e da escola, que venha a nota dez”, disse.

A azul e branco de Pilares sempre exportou sambistas, seja da bateria ou de outro setor da escola. Alexandre faz questão de continuar com essa característica e mantém um serviço de base na bateria.

“A Caprichosos sempre exportou talentos, como mestre Paulinho, que hoje é um dos ícones do carnaval, Marcella Alves, porta-bandeira do Salgueiro, Washington foi meu ritmista e hoje é mestre da Inocentes de Belford Roxo, e hoje temos cerca de 70% da bateria formada de jovens. Vou passando os ensinamentos que aprendi ao longo da minha vida no samba”.

Um dos mais antigos mestres em atividade, Alexandre vê que as baterias perderam suas características.

“Uma vez, o Paulo Renato (ex-mestre de bateria da Caprichosos) falou numa matéria que as baterias vem perdendo suas identidades, e eu concordo. Não sou contra a evolução, mas acho que as identidades ficam comprometidas, se tornando uma disputa entre as baterias, prejudicando o andamento do samba. Todas as baterias oferecem criatividade e versatilidade quando seu andamento está em consonância com o samba. Enfim, tento criar convenções que ofereçam o melhor para a escola e para os componentes”.

Alexandre não se sente pressionado com a aposentadoria e se diz orgulhoso do legado que fez na Caprichosos.

“Pode até estar chegando a hora, mas meu trabalho tem me proporcionado felicidades. Nesses anos todos que eu estou aqui, vi meu filho nascer e crescer comigo aqui na Caprichosos. Se amanhã eu deixar a escola, ficarão muitos frutos no ritmo da Caprichosos”, afirma.

Ele ainda comenta sobre a maratona de ensaios, que as escolas tem feito em busca da perfeição.

“É desgastante, mas eu procuro me aperfeiçoar, pois no samba – assim como a vida –, é feita de aprendizado.”, concluiu.

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